quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

O sol cansou

Lá vai o sol repousar, descendo atrás dos montes, vai se encontrar com a lua, sua eterna namorada. Pela manhã ele surge de novo para beijar as praias e os campos, os montes, as cidades e os sertões, enfim, tudo o que nós o vemos carinhosamente beijar com seus raios quentes como o amor. Nós, seres humanos, ao contrário do sol, passamos um dia pior que o outro, correndo sempre sem parar: muitos brigam, outros guerreiam, alguns roubam e quantos ficam em bares se embriagando, e assim perdendo totalmente o controle das coisas. E quando chega a noite, ao invés de um repouso
tranqüilo, tornam-se ainda mais rebeldes e agressivos. Seria essa a luta da sobrevivência? Não, essa é a luta da destruição.

Caderno de Poemas Íntimos, 13.8.1979

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